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A Uber anunciou uma significativa atualização em suas categorias premium, Black e Comfort, que entrará em vigor a partir de 2026. As novas regras, que incluem a exclusão de diversos modelos de veículos e a alteração do ano mínimo de fabricação para outros, visam aprimorar a experiência do usuário e manter a atratividade dos serviços. A decisão, baseada em pesquisas sobre a percepção de qualidade e conforto dos passageiros, promete gerar um forte impacto econômico no ecossistema do transporte por aplicativo, afetando diretamente motoristas parceiros, o mercado de veículos novos e usados, e a estratégia competitiva da própria empresa.
A partir de 5 de janeiro de 2026, a categoria Uber Black deixará de aceitar oito modelos de veículos, independentemente do ano de fabricação. A lista inclui lançamentos recentes como o Renault Kardian e o Citroën Basalt, além de modelos eletrificados como o Peugeot e-2008 e o Hyundai Kona Hybrid. A justificativa da Uber é que a decisão foi baseada em pesquisas com usuários, que apontaram o conforto, o acabamento e a percepção de qualidade como fatores decisivos para a escolha de uma viagem premium.
Além da exclusão de modelos, a Uber também atualizou o ano mínimo de fabricação para outros veículos. O Volkswagen Virtus, por exemplo, precisará ser no mínimo modelo 2026 para ser aceito na categoria Black. Para Renault Duster, Volkswagen Nivus e Honda City, o ano mínimo passa a ser 2023. Na categoria Comfort, a principal mudança é a exclusão do Renault Logan a partir de 6 de julho de 2026. Outros modelos, como Chevrolet Cobalt, Chevrolet Prisma, Toyota Etios Sedan e Volkswagen Voyage, precisarão ser, no mínimo, de 2018, enquanto Argo e Polo deverão ser a partir de 2023.
As novas regras representam um desafio financeiro significativo para os motoristas parceiros que atuam nas categorias premium. Muitos investiram em veículos que, em breve, não serão mais aceitos, o que pode gerar prejuízos e a necessidade de uma nova troca de carro para se manterem na plataforma. A exclusão de modelos recém-lançados e com bom volume de vendas, como o Kardian, gerou controvérsia e incerteza entre os motoristas, que agora precisam reavaliar suas estratégias de investimento em veículos.
Para o mercado automotivo, as mudanças podem influenciar a demanda por determinados modelos e impactar o valor de revenda dos veículos excluídos. A decisão da Uber, uma das maiores compradoras indiretas de veículos do país, pode criar uma nova dinâmica no mercado de seminovos e direcionar as vendas de carros novos para os modelos que se enquadram nas novas exigências. Apesar das mudanças nos veículos, os pré-requisitos para os motoristas parceiros permanecerão os mesmos. Para a categoria Black, é preciso ter mais de 100 viagens na plataforma, avaliação mínima de 4,85 e um veículo com ar-condicionado, quatro portas e cores específicas. Para a Comfort, a avaliação mínima é de 4,80 (ou 4,85 em algumas cidades).
A estratégia da Uber com essas atualizações é clara: elevar o padrão de suas categorias premium para justificar a diferença de preço e competir com outros serviços de transporte de alto padrão. Ao focar na "percepção de qualidade" dos usuários, a empresa busca criar uma experiência mais exclusiva e, com isso, fidelizar um público disposto a pagar mais por conforto e sofisticação. Resta saber como o mercado e os motoristas se adaptarão a essa nova realidade.
Texto: Lua F.
