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Nesta sexta-feira, 25 de julho, o Pará celebra o Dia da Gastronomia Paraense, uma data que reverencia não apenas os sabores únicos da região, mas também a memória de Anna Maria Martins, que hoje completaria 100 anos. Instituída pela Lei N.º 8.409/2016, a data é um tributo à mulher que, com sua visão empreendedora e talento culinário, transformou a gastronomia amazônica em um patrimônio de orgulho e prestígio nacional e internacional. Anna Maria Martins, mãe do renomado chef Paulo Martins e fundadora do restaurante Lá em Casa, desafiou preconceitos ao decidir cozinhar profissionalmente, abrindo caminho para a valorização de uma culinária que, antes dela, não recebia o devido reconhecimento.
A trajetória de Anna Maria Martins é um testemunho do poder da gastronomia paraense. Em 1972, ao lado de seu filho Paulo Martins, ela inaugurou o Lá em Casa, um restaurante que rapidamente se tornou referência em Belém e, posteriormente, em guias de turismo internacionais. A inovação de Anna Maria não se limitou a cozinhar; ela soube orientar e cativar as pessoas, elevando pratos como maniçoba, pato no tucupi e jambu a um novo patamar de sofisticação e reconhecimento. Sua habilidade em apresentar as maravilhas da cozinha amazônica lhe rendeu até mesmo uma meia página no prestigiado “The New York Times”, um feito inédito para a época, que colocou a culinária paraense no mapa global e atraiu a atenção de chefs renomados como Paul Bocuse e Alex Atala.
O impacto de Anna Maria Martins na gastronomia paraense é inegável e continua a ser perpetuado por suas netas, Joanna e Daniela Martins. Joanna, pesquisadora em cultura alimentar e sócia-fundadora da Manioca, empresa de sucesso focada em alimentos derivados da mandioca, e Daniela, chef de cozinha que mantém viva a tradição do Lá em Casa através de um serviço de catering e uma empresa de congelados, são a prova de que o legado de Anna Maria está mais vivo do que nunca.
Elas não apenas carregam o “tucupi na veia”, como diz Joanna, mas também o amor pela comida e pelo ato de receber, características que definiram a matriarca. A atuação da terceira geração da família Martins, com o Instituto Paulo Martins e o Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, demonstra o potencial de crescimento do turismo gastronômico em Belém, especialmente com a proximidade da COP30, que promete impulsionar ainda mais a visibilidade internacional da culinária amazônica e suas oportunidades econômicas.
Texto: Redação.