O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), principal referência para o reajuste de contratos de aluguel no Brasil, acumula uma alta de 8,50% no período de 12 meses encerrado em abril de 2025. O dado foi divulgado nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), e reflete uma aceleração significativa dos custos no setor, impactando diretamente locatários e proprietários em todo o país. Somente no mês de abril, o índice registrou variação de 0,31%, após ter subido 0,50% em março. A leve desaceleração mensal, no entanto, não neutraliza o avanço expressivo no acumulado do ano, que já soma 1,67% de alta entre janeiro e abril.
O comportamento do IGP-M é fortemente influenciado pela variação de preços no atacado, nos serviços e no varejo. Segundo a FGV, o principal impacto para o resultado recente veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que teve alta de 0,27% em abril. Também contribuíram a elevação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 0,46%, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com aumento de 0,41%.
Apesar da tendência de desaceleração em alguns componentes, a alta acumulada de 8,50% mantém a pressão sobre o valor dos aluguéis residenciais e comerciais, sobretudo em um cenário de recuperação econômica ainda em curso e com os consumidores atentos ao orçamento familiar. O resultado contrasta com o desempenho do mesmo período do ano anterior, quando o IGP-M havia registrado deflação de 2,17% em 12 meses.
O índice, calculado mensalmente pela FGV, é tradicionalmente utilizado como base de reajuste em contratos de locação, mas sua aplicação não é obrigatória — podendo ser substituído por outros indicadores ou negociado entre as partes. Especialistas do setor orientam inquilinos e proprietários a buscarem o diálogo antes de aplicar o índice cheio, principalmente em contextos de alta expressiva como o atual.
Com o cenário de retomada econômica e preparação de grandes eventos no país, como a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), marcada para novembro em Belém, a discussão sobre a atualização de valores locatícios deve ganhar ainda mais destaque em diversas regiões brasileiras, inclusive no mercado paraense, onde o setor imobiliário já observa movimentação aquecida.
Fonte: Agência Brasil; Texto: Lua F.