Na última quarta-feira, 20, o Banco Central reduziu, mais uma vez, a taxa Selic. Dessa vez, a taxa atingiu a marca de 10,75%, sendo o 6º corte seguido feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a redução de 0,5% a cada reunião desde agosto de 2023. Com esse valor, a Selic atingiu um dos menores níveis em dois anos, já que a última vez que a taxa chegou a essa marca foi em março de 2022. A expectativa do mercado financeiro é que até o final do ano a Selic atinja os 9% ao ano.
No comunicado divulgado após o encontro, o Copom alterou o trecho presente em comunicados anteriores que indicava novos cortes da Selic nos próximos encontros. Até então, nos últimos anúncios feitos pela comissão, era sinalizado que haveria uma redução de "mesma magnitude" (0,5 ponto percentual) nas futuras reuniões. A partir daí, ficou o entendimento de que os futuros cortes nesse valor ocorreriam nas reuniões de março e maio.
Porém, no anúncio desta quarta-feira foi descrito que há apenas a possibilidade da redução de "mesma magnitude" para a próxima reunião. "Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião", diz a nota divulgada.
Toda essa cautela se faz necessário, por conta do olhar mais atento do Copom com o cenário externo, por conta das discussões sobre o início da flexibilização de política monetária (redução das taxas de juros) nas principais economias do mundo. Foi também na quarta-feira, 20, que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) manteve os juros do país inalterados em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano.
No cenário interno, o comitê considerou que a "inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação", mas que o contexto ainda requer "serenidade e moderação". Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC faz projeções para o futuro. Neste momento, a instituição já está mirando na meta deste e do próximo ano. Afinal, as mudança na Selic levam em torno de 6 a 18 meses para impactar plenamente na economia.
A meta de inflação de 2024, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. A última projeção do mercado financeiro é de que a inflação de 2024 ficará em 3,79% - abaixo do teto da meta definida para o ano. Já a partir do ano que vem, o governo adotará um novo regime de metas de inflação, e a meta passará a ser contínua em 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida.
fonte: Globo; Forbes;