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Empresariado brasileiro se despede de Abilio Diniz, fundador do grupo Pão de Açúcar

No último domingo, 18 de fevereiro, o Brasil recebeu a triste notícia do falecimento de Abilio Diniz, fundador do grupo Pão de Açúcar. O empresário estava internado no Hospital Albert Einstein, sem São Paulo, e veio a falecer devido uma insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Com mais de 60 anos de carreira, Abilio abriu ao lado do pai o primeiro supermercado Pão de Açúcar no bairro de Paraíso, São Paulo, local onde passou a sua infância. Dali, Abilio colecionou feitos memoráveis no empresariado nacional, além de ser pioneiro em ações que mais tarde o tornou um dos maiores nomes no mercado nacional e internacional.

Abilio Diniz, 87 anos, fundado do Pão de Açúcar


Voltando no tempo, Abilio Diniz era o mais velho de seis filhos do casal, Valentim e Floripes. Nascido em 28 de dezembro de 1936, o empresário estudou no colégio Anglo Latino, formou-se no segundo grau no Colégio Mackenzie e se graduou em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Em 1965, foi para o Estados Unidos estuda Marketing na Universidade de Ohio e Economia na Universidade Columbia, em Nova York. A primeira loja do grande império Pão de Açúcar foi em 1959, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, ao lado da doceria Pão de Açúcar, aberta por seu pai em 1948.

Já na década de 70, o grupo adquiriu a Eletroradiobraz, tornando-se assim a maior varejista da América Latina. Em seguida, o grupo seguiu fazendo aquisições de rivais como Peg-Pag e Superbom. Mas o empresário não teve apenas bons momentos, no período de congelamento dos preços, que ocorreu durante o Plano Cruzado, os supermercados tiveram de ficar com as prateleiras vazias. Fato que fez Diniz ser indiciado de acusado de sonegar mercadorias. Já no início dos anos 90, Abilio assumiu a presidência do Pão de Açúcar, e em 1993 se tornou acionista majoritário. Por sinal, em 1990 o grupo Pão de Açúcar teve US$ 32 milhões de prejuízo, um valor significativo para a época. O rombo teve impacto forte na empresa, fazendo com que Abilio precisasse fechar um terço das lojas e, consequentemente, demitindo mais de 20 mil funcionários.

Já no Plano Real, o empresário inovou e foi o pioneiro em lançar a modalidade de serviço de entrega, o Delivery. Ainda em 1994 abriu o capital da empresa na Bovespa e dois anos depois fez o mesmo na bolsa de Nova York, tornando o Pão de Açúcar a primeira varejista brasileira a ter ações negociadas em Wall Street. Com o passar dos anos Abilio apenas seguiu mais forte nos negócios fazendo acordos vantajosos e grandes, como fez com o grande grupo francês Casino, rival do grupo Carrefour. Em 2002 assumiu a presidência do Conselho de Administração e seu pai tornou-se presidente honorário. 

No ano de 2005 foi criada uma nova holding, a Vieri Participações, dividindo a sociedade que em 50% para a família Diniz e 50% ao grupo Casino. Com o grupo capitalizado, Abilio liderou a compra do Ponto Frio em 2009, e meses depois, anunciou uma joint venture com a Casas Bahia, dando origem à Via Varejo. Naquele momento havia criado o maior grupo de distribuição da América Latina, porém o negócio seria em seguida contestado pela família Klein, da Casas Bahia, que reclamava da valoração da empresa. Nos anos seguintes Abilio se tornou presidente da BRF, empresa que surgiu da fusão surpreendente das marcas Sadia e Perdigão. 

Se tornou acionista no Carrefour, através da Península Participações, e também continuou como acionista na BRF, mesmo depois de deixar o cargo de presidente do conselho em 2018, sendo substituído por Pedro Parente. Em 2022, porém, Diniz sofreu um grande abalo em sua vida pessoal. João Paulo Diniz, seu filho, faleceu aos 58 anos, vítima de um infarto fulminante. “Filho, peço a Deus que te receba com muita luz e dê forças para toda a nossa família enfrentar este momento tão triste e doloroso. João, eu te amo muito, meu filho, e sempre te amarei profundamente. Obrigado pelos 58 anos que você passou comigo, sendo meu grande companheiro.”, escreveu o empresário em suas redes sociais.

Já em 2023, Abílio deixou a competitividade do mercado e iniciou sua carreira como professor, em parecia com a FGV, e de apresentador de programa de TV. O empresário deixa a mulher, Geyze, e cinco filhos: Ana Maria, Adriana e Pedro Paulo, do primeiro casamento e Rafaela e Miguel, do seu segundo casamento com Maria Auriluce Falleiros. 

Fonte: InfoMoney (com Reuters e Estadão Conteúdo)

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